sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Recursos Humanos - As sete leis espirituais do sucesso

O propósito maior de todo ser humano é ser feliz. Confira artigo que relaciona a idéia de felicidade ao sucesso.
De forma muito simplista, o propósito maior de todo ser humano é ser feliz. Influenciados pelo contexto e valores da sociedade ocidental, inevitavelmente, acabamos relacionando a idéia de felicidade ao sucesso.

Há quase 10 anos atrás, li o livro “As 7 Leis Espirituais do Sucesso”, escrito por Deepak Chopra. Naquela época, pouco se falava da espiritualidade no mundo corporativo. Recentemente, assisti ao DVD sobre o livro e foi interessante perceber como aquelas idéias perderam o cunho de ser apenas uma busca pessoal, e parecem, hoje, ser tão essencial à sobrevivência neste ambiente competitivo e, na maioria das vezes, árido das organizações contemporâneas. Na realidade, são as leis da vida! Este artigo é uma reflexão sobre a relação das idéias dessa obra com a gestão das pessoas.

A primeira lei trata “da potencialidade pura”, que acontece quando descobrimos a nossa essência e reconhecemos as nossas infinitas possibilidades e o poder delas decorrente. Este poder magnetiza, atrai, cria vínculos. Esta lei depende do autoconhecimento, que hoje é tão valorizado no mundo corporativo, na medida em que nele se baseia o desenvolvimento pessoal, ou seja, o desenvolvimento de outras competências. Meditação, silêncio, atitudes contemplativas são algumas das formas de trilhar esse caminho.

A gestão de pessoas tem focado bastante sua atenção para estes aspectos, por meio de ações de desenvolvimento pessoal e, em especial, das lideranças, como importante fator de reconhecimento destas possibilidades.

A segunda é a lei “da doação”. O universo opera através de trocas de energia. ”O fluxo da vida nada mais é do que a interação harmoniosa de todos os elementos e de todas as forças que estruturam a existência.” Tanto nos relacionamentos interpessoais, como na gestão do conhecimento, cada vez mais, a troca é valorizada, pois a única forma de perpetuar, enriquecer, encontrar soluções é compartilhar, colaborar, doar aquilo que temos de melhor.

A terceira, a lei “do carma”, expressa no dito popular “você colhe aquilo que você semeia.” A melhor maneira de entender e utilizar a lei do carma é estar conscientemente alerta para as escolhas que fazemos a todo o momento. Na verdade, é assumir a autoria da própria história, e isto impacta no como as pessoas se posicionam frente às constantes adversidades que a vida, dentro e fora das corporações, nos apresenta. Pessoas que não percebem e nem assumem suas escolhas passam a vida se fazendo de vítima, como se, não tivessem escolhas!

A quarta a lei “do mínimo esforço”. Precisamos aprender e agir como a natureza: ela funciona sem esforço, sem ansiedade. A natureza simplesmente acontece. Nós gastamos muita energia desnecessária porque contrariamos a nossa própria natureza, a começar quando fazemos algo de que não gostamos, ou um trabalho que não tenha significado para a realização de nossa missão pessoal.

A quinta lei “da intenção e do desejo” fundamenta-se no fato de que a energia e a informação existem em toda parte da natureza. De acordo com esta visão quântica do universo, “a mudança consciente acontece através de duas qualidades inerentes à consciência: a atenção e a intenção. A atenção energiza e a intenção transforma. Quando você concentra sua atenção em alguma coisa, ela fica mais forte em sua vida”. A intenção é o poder que move o desejo e organiza a sua realização.
Há muito tempo, organizações têm focado sua atenção nos aspectos motivacionais dos indivíduos, pautados pela ciência. Essa lei trata desta questão sob uma nova ótica. Muitas ferramentas usadas nos processos de coaching são baseadas nessa lei. Quando sugerimos que as pessoas desenvolvam suas metas, um plano de ação para atingir os seus objetivos, estamos usando a lei da intenção e do desejo.

A sexta lei espiritual do sucesso é a lei “do distanciamento”, segundo a qual, para se conseguir qualquer coisa na natureza é preciso desapegar-se dos resultados. Esta é a lei mais complicada de entender e de praticar, pois desapegar-se não significa abandonar a intenção e o desejo. Significa evitar a rigidez mental sobre como as coisas devem ser. Não forçar soluções de problemas, criando novos problemas. É ter a disponibilidade para aceitar a incerteza inerente à existência humana. Isto permite que enxerguemos possibilidades diferentes, de quando nos apegamos a determinado padrão de resposta, solução, expectativa.

A sétima, a lei do “darma” (palavra sânscrita que significa o propósito da vida): “Todos temos um dom singular ou um talento único para dar aos outros”. O mundo corporativo sabe disto e seu grande diferencial competitivo está na capacidade de identificar, atrair, reter e desenvolver esses talentos, nesta era do capital humano. Felizmente, esta visão que antes se restringia àquilo que o ser humano pode colocar a serviço dos interesses e resultados organizacionais. Hoje, já não se trata do talento só intelectual, mas ele é entendido numa perspectiva mais holística, em que aspectos emocionais e espirituais são valorizados, pois impactam na realização pessoal, e isto, afeta os resultados, na maioria dos casos, medidos pelo lucro.

Esta lei está relacionada ao significado do trabalho, porque se o trabalho não estiver alinhado com o propósito maior da existência, ele não será uma fonte de realização pessoal. Na medida em que, na maior parte de nossa existência, trabalhamos, esta é uma questão decisiva na concepção do que seja sucesso.

Neste ponto, o principal aspecto é a pessoa perceber que este talento só faz sentido se estiver a serviço da humanidade. Quando você combina a capacidade de expressar seu talento único com os benefícios da humanidade, está fazendo pleno uso da lei do “darma”.

Pela influencia de nossa cultura ocidental, buscamos sempre no caminho das ciências, as respostas e soluções para as importantes questões do mundo moderno, inclusive para os negócios. Com a aproximação da cultura oriental, da filosofia, dos estudos focados na espiritualidade, começamos a perceber que esta fantástica teia do conhecimento, sob um olhar multidisciplinar e multidimensional, contribui para que os indivíduos alcancem o autodomínio e entendam que são “seres espirituais passando por experiências humanas” e não ao contrário, seres humanos vivendo experiências espirituais.



Por Denize Dutra (consultora sênior do Instituto MVC e professora dos MBAs executivos da FGV).
Fonte: Gestão RH (www.gestaoerh.com.br)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Gestão Ambientais aplicadas pela Hotelaria

Para Fenger (2002), o planejamento hoteleiro envolve diversas variáveis, sendo uma delas relacionada à questão ambiental. Assim segundo o autor, desenvolver a hotelaria e ao mesmo tempo conciliar o respeito à sustentabilidade, isto é, preservar o meio ambiente, a cultura local e manter-se o atrativo turisticamente é um dos principais desafios para os planejadores hoteleiros.
Por isso entende-se que a qualidade na exploração hoteleira depende, e muito da qualidade do meio ambiente no qual ela está inserida. Neste contexto, a gestão ambiental, tendo em vista o controle e gestão dos resíduos geradores e a conseqüente escassez de recursos naturais que está ocasiona é considerada fator fundamental para o planejamento hoteleiro.
Em função disso, os hotéis estão trazendo o gerenciamento ambiental para dia-a-dia de seus negócios, pois utilizam os recursos naturais, energia, água e outros materiais que estão sob ameaça crescente. (GONÇALVES, 2004).
Há uma série de programas, projetos e sistemas de gestão ambiental sendo implementados pelas empresas brasileiras.

Hóspedes da Natureza
A associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) adquiriu, em 1999, os direitos de tradução e adaptação à realidade nacional do Environmental Action Pack for hotels e, a partir dele, criou o Programa hospedes da natureza (PHN).
O PHN oferece uma consultoria especializada em gestão sócioambiental, treina recursos humanos, disponibiliza material de apoio à sua implementação e mantém um cadastro de fornecedores de produtos, equipamentos e serviços que causam o menor impacto possível ao meio ambiente.
Com metodologia própria, avalia a adequação ambiental dos hotéis e concede, a quem alcança uma pontuação mínima, o Selo ABIH de Compromisso Sócio-Ambiental, com validade de dois anos. Após uma Segunda avaliação, mais detalhada e exigente, o hotel poderá receber o Selo ABIH de responsabilidade Sócio-Ambiental.
O Programa Hóspedes da Natureza visa à promoção de ações ambientalmente corretas nos empreendimentos hoteleiros através do uso racional e sustentável dos recursos naturais, sem perder de vista os resultados econômicos decorrentes da eficiência energética, conservação de água e redução da geração de resíduos sólidos, efluentes e emissões.

Roteiro de Charme

O Roteiro de Charme é uma associação privada, sem fins lucrativos, é uma versão brasileira do Relais et Chateaux da França, no Brasil conta com a participação de cerca de 30 hotéis, pousadas e refúgios ecológicos. Eles são regidos por cinco conceitos fundamentais: cortesia, charme, caráter, calma e gastronomia. Na versão brasileira, com a intenção de aprimorar os serviços, desde 2000, vêm implantando um Código Voluntário de Conduta Ambiental.
Os Códigos Voluntários de Conduta Ambiental foram defendidos no plano de ação aprovado pela Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Os Códigos Voluntários de Conduta Ambiental têm-se mostrado eficientes, visto que a participação é decorrente da conscientização voluntária das empresas.
No seu site esta associação coloca o texto completo do seu Código de Ética e de Conduta Ambiental, este contempla o processo de implementação, economia de energia elétrica, economia de água e procedimentos para com os resíduos sólidos e os efluentes. A versão completa do Código de Ética e de Conduta Ambiental está nos anexos.
Além de comprometidos com a preservação ambiental, esses estabelecimentos participam de projetos de preservação da fauna e da flora e da herança cultural das regiões onde se localizam.
A Associação dos Roteiros de Charme assegura a divulgação desses procedimentos no Guia Passaporte de Roteiros de Charme, publicado anualmente, com uma tiragem de 50.000 exemplares.

Produção mais Limpa

Esse tipo de sistema ambiental foi desenvolvido e estimulado pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), é a aplicação continua de uma estratégia preventiva que visa minimizar os impactos dos processos, produtos e serviços, para aumentar a eficiência e reduzir riscos aos seres vivos e ao meio ambiente.
Seu foco principal é conscientizar as empresas para a prevenção da poluição, procurando a fonte dos desperdícios e emissões por meio de programa para o uso eficiente dos recursos. Tem como propósito: aumentar a eficiência, prevenir a poluição do ar, da água e do solo, reduzir resíduos na fonte de poluição, e minimizar os riscos para a população humana e o ambiente.
Por meio da Produção mais Limpa é possível observar como um determinado procedimento é executado, e detectar onde ocorrem os desperdícios, o que permite melhorar o aproveitamento dos recursos naturais e diminuir a geração de resíduos.
O programa de Produção mais Limpa requer tanto melhorias tecnológicas quanto mudanças de atitude. As melhorias significam aumento da eficiência, adotando melhores técnicas de gestão, revisando políticas e procedimentos quando necessário. Mudar as atitudes significa encontrar uma nova abordagem para o relacionamento entre a empresa e o meio ambiente.

Carta Ambiental

Desenvolvido pela rede Accor, desde 1997 na França e 1999 no Brasil, o projeto zela pela preservação do meio ambiente dentro das empresas do grupo, esta política ambiental está inserida em todos os níveis hierárquicos e os de negócios da empresa. Trabalha com o objetivo de conscientizar os colaboradores e hóspedes sobre a importância da preservação da natureza. Também trabalha para a conscientização ambiental dos fornecedores, utiliza as filosofias de conservação de recursos (água e energia) e Construção limpa em seus novos empreendimentos pelo mundo, desenvolve projetos envolvendo a utilização de energias renováveis, promove a educação ambiental através de publicações elaboradas pela própria rede, e estimula os clientes a valorizarem o meio ambiente.
Todos os hotéis atuantes relatam quais as ações da Carta Ambiental são executadas em suas unidades. Além dessas ações, existe o controle e o monitoramento mensal de energia, água e gás, com metas de redução.
No seu site são apresentados resultados alcançados com essa política ambiental:
• 207 toneladas de lixo reciclado em 2003 e aproximadamente 132 toneladas até julho de 2004;
• Redução de consumo de 80% de energia, água e gás;
• 102 hotéis envolvidos. Todos os hotéis envolvidos fazem parte de uma associação ou coletividade designada a promover ações em prol da ecologia.

Devido o sucesso alcançado pelo projeto, a meta inclui ainda a economia de eletricidade e gás, emprego pelos funcionários dos recursos obtidos com a reciclagem em projeto ambiental e social. Através deste projeto estão sendo levados ajuda a escolas carentes e a envolvimento com projetos ecológicos, inclusive a adoção de uma praça próxima a cada unidade hoteleira. Há, ainda, a prescrição de uma missão mínima anual para cada hotel: plantar pelo menos uma árvore.
Segundo Bonadona:
Na era que estamos vivendo a responsabilidade empresarial quanto ao meio ambiente deixou apenas de ter características compulsórias para transformar-se em atitude voluntária, superando as próprias características da sociedade. Devido de ser líder no setor da hotelaria, a Accor Hotels tem a grande responsabilidade de servir de exemplo para o resto do mercado. Sentimos-nos orgulhosos em poder contribuir com estas iniciativas e dividir nosso entusiasmo em um país tão importante como o Brasil cuja preservação é essencial para o equilíbrio ecológico mundial.


Normas ISO 14000

Conjunto de normas voluntárias para gestão ambiental. A séria de normas ISO 14000 é composta por dezenove documentos. Há dois tipos de padrões ISO: Padrões normativos especificam requisitos passíveis de auditorias, que devem ser preenchidos para a certificação, e padrões informativos somente orientam. Não são exigidos para a certificação.
Os princípios que embasam a ISO 14001 são a política e comprometimento ambiental, objetivos, metas e alvos ambientais, processos de gestão ambiental, auditoria e ação competitiva, análise crítica pela administração, e melhoria contínua. Realizadas todos as etapas a empresa irá receber uma auditoria, de terceira parte, com o objetivo de avaliar quanto ao atendimento das normas da ISO 14000, habilitando-a ou não a receber um certificado ambiental internacional.

Green Hotel

Existem associações que tem como objetivo reunir hotéis interessados pela problemática ambiental. Empresas em que os administradores implantam programas de economia de água, energia e também programas de diminuição dos resíduos sólidos. Os “Green Hotel” são empresas administradas com o intuito de ajudar a melhorar o desempenho ambiental da atividade a que a empresa pertença. Tem como objetivo auxiliar os hotéis a criarem seu próprio programa ambiental mantendo as características do local sem abusar dos recursos existentes. Através dele é possível encontrar alternativas para a redução de energia, para o não desperdício, para a reciclagem e a reutilização de produtos, efluentes, políticas de compras e etc.
Os hotéis poderiam de contribuir para a solução dos problemas ambientais visto que esses problemas acabam influenciando negativamente nos seus negócios. Diante de tantos problemas ambientais às vezes acha-se que somente grandes ações podem trazer algum resultado. No entanto, todos podem de alguma forma auxiliar para a minimização dos impactos ambientais, e é aí que as empresas hoteleiras têm seu papel.
Pode-se concluir que, na verdade que atividade hoteleira, quando comparada a outros segmentos e atividades econômicas, tais como indústria em geral, não é causadora de grande poluição, nem mesmo consome quantidades significativas de recursos não-renováveis. (GONÇALVES, 2004).

Isto porque ela consome pouca energia, água, papeis e outros recursos, além de representar uma parcela mínima de poluição em termos de fumaça, ruídos ou poluentes químicos, uma vez que tomemos como parâmetro de comparação às atividades industriais tradicionais.


Estas afirmações encontram amparo no que cita Ruschmann (1997,p.24):
Os desastres ecológicos provocados pelo vazamento de petróleo nos oceanos, os riscos potenciais das usinas nucleares, os gases tóxicos, etc. Põem em risco a sobrevivência do homem no planeta, tornando os efeitos negativos do turismo até insignificantes.

Ainda assim, mesmo que possa se considerar a hotelaria como atividade econômica de pouco impacto ambiental, não se deve entender que a mesma esteja isenta de preocupação e responsabilidade para com a sustentabilidade.
Isto fica claro ao analisarmos Kirk (apud Gonçalves 2004,p.74) que afirma: que se os impactos forem somados, o segmento pode desenvolver um relativo potencial danoso ao meio ambiente.